Um ato de indisciplina motivou o governo estadual a
afastar do trabalho por tempo indeterminado o ex-goleiro do Flamengo Bruno
Fernandes, preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região
Metropolitana da capital mineira, desde junho de 2010. O goleiro foi condenado,
em março, a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato e ocultação do corpo
da modelo Eliza Samúdio, e também pelo sequestro e cárcere privado do filho
deles. O trabalho dentro da penitenciária ajudaria Bruno a ter a pena reduzida.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), por meio de nota, confirmou
a suspensão do benefício que visa diminuir a pena imposta pelo júri popular ao
goleiro pelo crime de homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver
de sua ex-amante Eliza Samudio. Pelo sistema da remição de pena, a cada três
dias trabalhados o detento fica um a menos na cadeia. O advogado Lúcio Adolfo,
responsável pela defesa do goleiro, afirmou que foi pego de surpresa com a
decisão. — Não tenho conhecimento de nenhum ato de indisciplina cometido pelo
Bruno. Não sei o que aconteceu. Tudo que envolve esse processo é diferente do
normal — declarou. A secretaria não revelou qual ato de indisciplina Bruno
cometeu. Ele estava trabalhando na lavanderia, mas deixou de exercer a função no
início deste mês por tempo indeterminado. Nesta semana, ele foi transferido de
pavilhão, segundo a secretaria, por uma questão de segurança. Bruno, no entanto,
continuará ocupando uma cela individual de seis metros quatros. O local tem cama
de alvenaria e banheiro com chuveiro, pia e vaso sanitário. Tem ainda uma
televisão de 14 polegadas e um rádio levados por parentes, o que é um direito de
todos os presos. A cada 15 dias, de forma alternada, ele recebe visitas sociais
e íntimas. Entre os cadastrados, sua mulher Ingrid Calheiros, a avó, as duas
filhas e um tio.