sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jovem de 28 anos que morreu em acidente pilotava avião emprestado


O empresário que morreu em um acidente de avião nesta quinta-feira (25), na cidade de Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, pegou a aeronave emprestada de um amigo para viajar até Bom Jesus, no Piauí, segundo informações do delegado Rivaldo Lúcio, que investiga o caso pela Polícia Civil.
De acordo com o delegado, a vítima, de 28 anos, tinha um avião do mesmo modelo, o RV-10, porém mais antigo. “O avião era novo, igual ao que ele tinha, só que mais velho. Era um cara experiente, tinha mais de duas mil horas de voo”, afirmou. O delegado Rivaldo Lúcio prefere, por enquanto, não apontar possíveis causas até o resultado da perícia técnica. A aeronave pegou fogo e o piloto, que estava sozinho, morreu carbonizado, indicou a Policia Militar. O acidente ocorreu no momento da decolagem, ainda dentro do aeroporto da cidade.
Kleber Rebouças Rangell, fabricante do modelo com loja em Barreiras, disse que a aeronave foi vendida há menos de 30 dias. “Essa é uma aeronave de origem norte-americana, tem mais de 10 mil delas voando em todo o mundo. Quantitativamente, ela é considerada popular. A pilotagem é fácil, porque é convencional”, explica ele, responsável pela produção.
O modelo é classificado como experimental, ou seja, não é uma aeronave homologada, com permissão de transportar passageiros ou de ter finalidade comercial. Por isso, o acidente não pode ser apurado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Kleber Rangell afirma que os aviões experimentais são para uso do dono. O fabricante afirma que foi a primeira vez que a vítima pilotou a aeronave e que, para isso, não foi orientado. “É normal, quando se muda de uma aeronave para outra, que a pessoa tenha dificuldade, como acontece com computador, com celular. As aeronaves, hoje, são muito mais modernas, com paines digitais, comandos automáticos, touch screen [tela tátil]“, avalia.
O fabricante diz que acompanhou a apuração do acidente no aeroporto e que conversou com um piloto que viu o momento do voo. “Pelo o que investigamos, quando ele decolou, estava na posição para pouso. Começou a voar com nariz muito alto. De repente, o avião perdeu a velocidade e desceu. Na manobra de recuperação, ele não atingiu a altitude ideal. Nisso, ele passou muito próximo ao solo e o avião tocou [o chão]. Para você ter uma ideia, a pista tem dois mil metros e ele só correu 700″, indicou.
Um amigo do empresário, que preferiu não se identificar, informou que ele atuava na área de agronegócios em Barreiras, onde morava, que era casado e tinha uma filha de pouco mais de um ano. As Polícias Técnica, Militar e Civil acompanham o acidente.